Na obra "Schopenhauer como Educador", a terceira das suas "Considerações Intempestivas", Friedrich Nietzsche apresenta uma perspectiva filosófica sobre a importância daquilo que nomeia de "espírito de juventude". Nietzsche, aqui, não está meramente aludindo à juventude em termos de idade, mas a uma qualidade de espírito, uma vitalidade e uma disposição para desafiar e transgredir as normas e tradições estabelecidas. Ele argumenta que a verdadeira educação não deve apenas transmitir o conhecimento do passado, mas incitar a juventude a questionar e ressignificar esse legado. Para Nietzsche, a geração emergente deve ter a liberdade e a coragem para romper com as convenções e moralidades de seu tempo para criar seu próprio caminho, o que ele considera essencial para a elevação cultural e intelectual da humanidade. Este espírito de transgressão e renovação, segundo Nietzsche, é o que permite a verdadeira criação, a emergência do novo, algo que ele via em Schopenhauer, que foi capaz de estabelecer seu próprio caminho filosófico. Assim, Nietzsche defende uma educação que promova esse espírito de juventude, para que a cultura e o conhecimento possam ser continuamente ressigniticados e não se torne algo morto, isto é, desvinculado das vivências atuais.
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